segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Lei antifumo reduz risco de infarto

Estudos revelam que a proibição do cigarro em ambientes fechados reduziu risco de ataques cardíacos em quase 30%
Dois estudos norte-americanos publicados semana passada indicam que as leis antifumo tiveram um impacto bem maior do que o esperado na redução de doenças do coração. Os estudos apontam que o número de ataques cardíacos na Europa e América do Norte chegaram a cair em torno de um terço após a introdução das leis que proíbem o fumo em locais públicos.
Um dos estudos, realizado pela Universidade do Kansas, teve como base dez relatórios de 11 regiões diferentes dos EUA, Canadá e Europa que adotaram essas legislações. Os resultados indicam que o número de ataques cardíacos reduziu em até 26% por ano depois da proibição.
O coordenador da pesquisa, David Meyers, afirma que à medida que aumenta o tempo de vigência das leis, o risco de problemas cardíacos tende a reduzir ainda mais. Segundo ele, os primeiros efeitos positivos puderam ser percebidos logo nos três primeiros meses de vigência das leis.
A outra pesquisa, realizada pela Universidade da Califórnia, analisou 13 estudos realizados na América do Norte, Itália, Escócia e Irlanda. Os resultados apontaram uma redução de 17% do risco de ataques cardíacos em apenas um ano de vigência da lei.
Assim como na pesquisa anterior, o impacto positivo das leis também aumentou conforme o tempo de vigência da legislação e o risco de ataques cardíacos chegou a cair 36% nos três anos após a adoção das novas leis.

Legislação brasileira
Brasil. Lei federal, de 1996, proíbe fumar em “recintos coletivos, privados ou públicos”.
Minas. Projeto de lei que proíbe o fumo em locais fechados de uso coletivo ainda precisa ser votado em segundo turno na Assembleia .
BH. Projeto de lei semelhante está em tramitação na Câmara.

Fumantes passivos
A integrante da ONG British Heart Foundation, Ellen Mason, afirma que os resultados das duas pesquisas confirmam que as leis antifumo têm grande importância para a saúde pública.
Segundo ela, não só os fumantes, mas todos que estão num ambiente com a fumaça do cigarro correm risco de desenvolver problemas do coração.
“As estatísticas mostram a rapidez com a qual os benefícios podem ser sentidos depois da adoção das leis e indicam como o fumo passivo pode ser perigoso para o coração”, diz Mason.
Ela alerta ainda que o percentual de ataques cardíacos entre os fumantes passivos é muito maior do que em pessoas que não têm contato com a fumaça do cigarro.
“Se você é um fumante, a única coisa que pode fazer para prevenir ataques cardíacos é parar de fumar, o que também pode proteger a saúde de seus amigos e familiares”.

Fonte: O Tempo

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